quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Antecedentes da Guerra Fria


Com o término da primeira guerra mundial a Alemanha estava destruída, enfurecida e humilhada, tendo que arcar com o tratado de Versalhes. Após sua derrota, Hitler na prisão, escreveu o livro “Mein Kampf”, sobre as principais idéias do Nazismo. Quando saiu da prisão, Hitler foi nomeado chanceler, pelo então presidente alemão, e Fuhrer ( que era o governante supremo da Alemanha ou guia do povo) mandou incendiar o parlamento, Reichstag, culpando os comunistas e proclamando o 3º Reich (Império). Sob o comando de Hitler a Alemanha anexou vários territórios ao seu redor, quebrando o tratado  de Versalhes. Em seguida Hitler quebrou todas as outras regras do tratado, fazendo com  que a segunda guerra tivesse inicio. Com Hitler no poder a Alemanha fez vários tratados, entre eles um com o Japão e outro com a URSS.

Projeto Manhattan


A pesquisa sobre armas nucleares começou com Einstein, nos EUA, com o codinome Projeto Manhattan, com o apoio do presidente Harry Truman, de Albert Einstein e de Franklin Roosevelt. Eles não queriam que Hitler tivesse acesso a essa nova tecnologia antes dos aliados. O projeto tinha como objetivo a criação de bombas nucleares. Esse processo foi acelerado pelo medo de que o outro lado fizesse uso da energia contida no átomo -  essa tecnologia foi concebida em apenas 3 anos (1939-1942), devido ao empenho de cientistas e autoridades norte-americanas; e também pelo ataque japonês a Pearl Harbor no qual os EUA entraram na guerra. Após 1945, quando ocorreu o primeiro teste nuclear bem sucedido que ocorreu no deserto de Alamogordo com a bomba denominada Gadget, os EUA se tornaram o principal candidato a vencer a guerra.
Os Estados Unidos também queriam diminuir a influência soviética no mundo. As bombas Little Boy e Fat Man, usadas em Hiroshima e Nagasaki, respectivamente, foram produzidas nesse projeto.
Em 1949, a URSS já testava o uso dessa tecnologia com o apoio de cientistas nazistas, para acelerar e aperfeiçoar seu programa bélico e nuclear, iniciando a corrida atômica. Em 1954 as duas principais potencias, EUA e URSS, ja possuíam bombas de Hidrogênio, que é mil vezes mais destrutiva do que a de Hiroshima
Comparação entre as bombas americanas e a soviética

   
Bomba Tsar

Bombardeios de Hiroshima e Nagasaki


Os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki ocorreram num intervalo de 3 (6 e 9 de agosto de 1945) dias entre eles, matando um total de aproximadamente 180 mil pessoas. A escolha dos "Alvos" foi feita a partir de interesses militares, mas sobretudo de cunho político-econômico, pois Hiroshima e Nagasaki eram as regiões mais desenvolvidas industrialmente do Japão na época, e com o fim da Segunda guerra, o Japão seria a única potência que poderia desequilibrar o fluxo de capitais e mercadorias. A força da explosão foi tão grande que só alguns prédios de concreto armado sobreviveram.
Reprodução da "Little Boy"
 
Trajetoria do Enola Gay antes e depois do bombardeio
   
Hiroshima depois do bombardeio


Hiroshima antes e depois do bombardeio

Sendo o de Nagasaki menos destrutivo, pois estava em uma depressão a qual conteve os ventos que espalham a radiação e a cinza nuclear, que é a perigosa radiação residual de uma explosão nuclear e recebeu este nome pelo fato de que, efetivamente, cai através da atmosfera na qual é espalhada durante a explosão. O termo refere-se, ao pó radiativo criado quando uma arma nuclear explode, este é um tipo de contaminação radiativa.  Os EUA diziam que esse ataque foi uma vingança em nome dos soldados mortos no ataque a Pearl Harbor,  pelo império japonês. Cartazes da epóca, vistos abaixo, retratam esse sentimento de vingança:
 



Depois disso criaram-se “zonas de influência” como a OTAN(Organização do Tratado do Atlântico Norte), em 1949, pelos Estados Unidos, e o Pacto da Varsóvia, pela URSS em 1955, prevendo a união militar de países socialistas. Esses alianças forneciam bases estratégicas para os mísseis de ambos. Tendo a Europa se tornado um “barril de pólvora nuclear”. Mas mais tarde a tecnologia de foguetes transformou todo o planeta em alvo possível das bombas.

1957: O “salto” no espaço


A era dos foguetes de grande alcance começou  com o lançamento do Sputnik 1, criado  pelo  engenheiro soviético Sergei Korolev, que havia construído um foguete, para transportar uma bomba até à América (R-7 Semyorka, o primeiro míssil balístico intercontinental), mas que foi utilizado para lançar o Sputnik 1, em 4 de Outubro de 1957. Os americanos só divulgaram este acontecimento histórico em Março de 1958, devido à Guerra Fria e aos seus interesses na corrida espacial. Esse fato provocou reações históricas no mundo, iniciando a exploração do espaço, e sendo aproveitado pelos soviéticos como uma chance de mostrar que eram melhores que os americanos e de ameaçar o mundo dizendo que se seus foguetes poderiam levar satéites para a órbita da Terra, eles também poderiam levar ogivas nucleares através de oceanos e continentes. Sendo esse último caracterizando o invento do míssel balistico intercontinental, ou ICBM.
Manchete do "New York Times" sobre o Sputnik 1
Suptnik 1
Míssil Topol

Em 7 de setembro de 1957, no desfile de comemoração dos 40 anos da Revolução Russa na Praça Vermelha, a União das Republicas Sovieticas Socialistas (URSS) mostrou, pela primeira vez, seu mísseis nucleares de curto alcance, também chamados de mísseis táticos. E teve como resposta o aceleramento do programa armamentista estadunidense. Sendo essa a logica da Guerra Fria. Com o avanço da tecnologia de armas nucleares , o tempo de destruição passou para segundos.
Os projetos de mísseis de ambos os países seguiam dois caminhos: um era a pesquisa nuclear, propriamente dita, e a outra era a construção de foguetes cada vez mais velozes e mais precisos. Vários tipos de combustiveis liquidos, solido, e nucleares utilizados e pesquisados.

“A crise dos misseis cubanos”


A Guerra Fria atingiu o seu clímax com a “crise dos mísseis cubanos”, que começou em 16 de Outubro de 1962 quando um avião espião dos Estados Unidos descobriu bases de mísseis soviético em Cuba. Alguns dias depois, John Kennedy, então presidente dos EUA, deixou os seus cidadãos com medo, pois naquele dia ele disse que os mísseis em Cuba poderiam chegar à algumas cidades “grandes” dos EUA. Depois disso, teve-se a mudança do rumo de navios soviéticos; proposta de acordo  entre USA e URSS, e o desaparecimento de um avião americano, agravando a situação, e tendo ameaças de um a outro.. E só no dia 28 do mesmo mês é que um tratado entre as duas superpotencias foi assinado, que previa o cancelamento de todas as obras de plataformas na ilha, e a não invasão de Cuba pelos EUA. Só que os Estados Unidos  impõem, até hoje, um bloqueio naval e aéreo a Cuba, afim de impedir a chegada de armas soviéticas a ilha.
Após isso durante Guerra Fria os EUA e a URSS desenvolveram e criaram vários prédios relacionados aos mísseis, bases subterrâneas para se proteger de ataques, plataformas para lançamento de mísseis como submarinos; casamatas para desenvolver secretamente outras armas; aperfeiçoar as conhecidas; fabrica-las e monta-las. Criaram os mísseis antibalísticos que localizava e destruia alvos ou misseis antes deles se detonarem. E se acontecesse uma guerra nuclear eles poderiam defender seus locais importantes, mas não defenderiam outros países ou locais não prioritários.
Submarinos Nucleares

Abrigo anti-bombas por dentro
          Sempre houve uma hipótese que iria ocorrer uma guerra nuclear, mas ela nunca aconteceu. Só que ela foi agravada 1952 em diante quando “o clube nuclear” aumentou o número de participantes por exemplo em 1952 a Grã- Bretanha, em 1960 a França e em 1964 a China. Em 1963 um acordo, de proibição de testes atômicos submarinos, acima da superficie da terra ou na atmosfera, foi assinado pelos os Estados Unidos, União Soviética e Grã- Bretanha, pois esses paises temiam que os arsenais nucleares se ploriferassem pelo mundo. No ano seguinte, aprovaram o Tratado de Não-Ploriferação de Armas Nucleres, que fez com que só as potências nucleares possam ter armas nucleares.
Com o passar do tempo os movimentos pacifistas ganharam força em todo mundo, principalmente nos EUA, em 1960 por causa da Guerra do Vietnã, e na Europa. Pois temiam que uma guerra nuclear acontecesse e que a Europa fosse devastada.

Começa a "distensão"


O Acordo de Limitação de Armas Estrategicas( SALT-1, em ingles) foi assinado em 1972 pelas potencias, limitando o numero de misseis antibalisticos. Tendo como objetivo garantir que as potencias so pudessem proteger cidades importantes. Dessa forma os dois teriam grandes perdas e a guerra não se estenderia.
Em 1979, as superpotencias assinaram o SALT-2 que tinha os mesmos pricipios do SALT-1. Mas a situação entre EUA e URSS estava ruim, pois houve a invasão da URSS no Afeganistão, e a revolução do Irã e da Nicaragua. Fazendo com que os EUA nunca aceitassem este acordo.
O acordo de Negociações para  a Redução de Armas Estrategicas(START) foi assinado no ano de 1982, que previa, principalmente, o corte de 50% dos ICBMs. E mais tarde o SALT-2 e o SALT-3, que estendeu o prazo do Tratado de Não-Ploriferação Nuclear(TNP), já mencionado anteriormente, junto ao Tratado de Banimento de Testes Nucleares(NTB). Apesar disso as pesquisas sobre armas continuaram. O desenvolvimento da pesquisas melhorou os foguetes, fazendo com que eles fossem capazes de carregar mais bombas atomicas, ler e codificar instruções e dados. Sendo essas armas denominadas “armas inteligentes”. Esses tratados tinham como apoio a garantia de que as duas superpotencias conservavam arsenal suficiente para uma retaliação
O presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, em 1983 anunciou o começo da pesquisa para desenvolver um escudo espacial contra misseis laçados de qualquer ponto da Terra ou do espaço,o projeto teve o nome de “ Iniciativa de Defesa Estrategica"(IDE) logo apelidado de “Jornada das Estrelas”, que cobriria todo o territorio americano inutizando os mísseis.  
Um ICBM

Mísseis anti-balísticos

O “escudo espacial” funcionaria da seguinte maneira: numa primeira fase, satélites de reconhecimento detectariam o lançamento dos mísseis inimigos. Após serem processados, os dados dos satélites permitiriam o posicionamento de satélites e estações espaciais armadas de raios laser e o disparo de mísseis anti-balísticos baseados em terra, destruindo a força atacante antes que ela atingisse os EUA. Ele também dizia que isso tornaria as bombas nucleares inuteis, acabando com o temor de uma guerra nuclear e convidou Moscou para participar desse projeto, mas ele rejeitou esse projeto, pois dizia que ele estava delirando.
Apesar das varias negociações entre paises, muitos deles continuaram suas pesquisas com armas nucleares. Por exemplo a India que em 1974 construiu sua primeira bomba nuclear, e outros que continuaram a aumentar seus arsenais. E outros de Terceiro Mundo continuaram pesquisando, com o Brasil e a Argentina.

A questão brasileira


O projeto de bomba nuclear no Brasil esteve associado a ditadura militar, pois os generais acreditavam que o Brasil precisava possuir a bomba A para assegurar uma posição hegemonicas na America do Sul. Em 1970, a situação entre Brasil e Argentina estava ruim, chegando a estar muito perto de um conflito. Em 1973, a barragem de Itaipu começou a ser construida, sendo essa muito ameaçadora para os argentinos, pois temiam que o Brasil tentasse afunda-los abrindo as suas comportas de uma vez, lançando uma grande onda contra a Argentina e tambem o Brasil passaria a influenciar o Paraguai aumentando sua esfera de influencia. E defensores dessa hipotese diziam que Itaipu era a “bomba atomica aquatica” brasileira.

Centro de Aramar, base do "Programa Paralelo"

Sendo esse programa idealizado após o fracasso do acordo assinado em 1975, que previa o cedimento da tecnologia alemã para enriquecimento de urânio, tendo dois tipos: por ultracentrifugação( atraves de usinas nucleares, esse metodo é o mais usado) e por jet-nozzle (que estava em desenvolvimento na Alemanha, como ela não podia fazer testes ela achou melhor dar essa tecnologia para o Brasil, pois ganharia um bom dinheiro); e a construção do centro nuclear. Sendo o por jet-nozzle o maior erro do Brasil, pois gastaram muito dinheiro com equipamentos e laboratorios para nada, ja que esse metodo de enriquecimento de uranio era muito complexo e inviavel para o Brasil.
Sendo o programa, após ter alguns resultado bom sobre o controle dessa tecnologia, conhecido, por todos, e desativado em 1990, pelo então presidente Fernando Collor. É importante falar que o governo nunca assumiu que o Programa Nuclear brasileiro estava atras de qualquer tecnologia bélico, muito menos o da bomba atômica, mas devido a insistencia da imprensa varios detalhes de operações militares vieram a tona, revelando o “Programa Paralelo” que em muito foi mudado pela propria impresa. Esse programa tambem foi descoberto por suposta descobertas, como buracos(usados para testes), desenvolvimento de foguetes e de plataformas para lançamento de foguetes.
Depois da desativação do programa, muitas bases que funcionavam para a pesquisa nuclear foram desativadas, mas a de Aramar continua ate hoje, a existir, com recursos financeiros da marinha. E aparentemente, apos o fim da ditadura a busca pelo poder belico que a tecnologia nuclear poderia trazer foi cessada.
A corrida armamentista criou uma mentalidade militarista, em que os conflitos só poderiam ser solucionados através de guerras. Gerando vários conflitos e tensões em todo o mundo, aumentando o arsenal de armas.